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Inovação Digital no Mercado de Saúde: Transformando Desafios em Oportunidades

Gustavo Leanca
Gustavo Leanca – Diretor de Seguros da ѻý Brasil
02 de Junho de 2025

Em meio a custos e ameaças cibernéticas crescentes, regulamentações rigorosas e insatisfações dos segurados, a transformação digital das seguradoras, especialmente do segmento de saúde, deixou de ser uma tendência para se tornar uma prioridade imediata.

A personalização dos planos, o uso de inteligência artificial na análise preditiva de riscos e a automação de processos são elementos-chave para as seguradoras que desejam se manter competitivas e conquistar novos espaços em um mercado cada vez mais dinâmico.

Personalização, comunicação e inovação: os pilares da transformação

O caminho sustentável para transformar a experiência e aumentar o grau de satisfação dos clientes, um dos principais desafios das seguradoras do mercado de saúde, está na restruturação de seus processos digitais para se tornarem cada vez mais data-driven e engajarem os clientes com recursos de personalização baseados em dados, e potencializados por ajustes obtidos a partir de feedbacks em tempo real.

O Relatório Global de Tendências em Seguro Saúde 2025 da ѻý apontou, por exemplo que 80% dos segurados afirmam preferir planos de saúde personalizados, enquanto 65% são atraídos por instituições capazes de oferecer soluções com tecnologia de ponta e apoiadas por IA.

Nesse contexto, realizar a análise dos dados dos segurados para entender seus riscos de saúde, suas propensões e tendências, bem como acompanhar o ciclo de vida da apólice estabelecendo pontos de contato com o cliente, são maneiras de engajá-lo e permitem uma atuação preventiva. 

Paralelamente, a digitalização de serviços médicos como teles saúde, cuidados domiciliares e monitoramento remoto, ao mesmo tempo que impulsionam as seguradoras a expandir sua cobertura e integrarem novas frentes de cuidado, também alimentam suas bases com dados em tempo real e altamente valiosos.

Outro ponto crítico, a comunicação com o mercado é também apontada como um fator relevante para a evolução do relacionamento com os clientes, já que grande parte da insatisfação é alimentada por fatores como linguagem complexa nos contratos, benefícios mal interpretados e falta de transparência dos elementos de cobertura, carências e custos que geram complicações nos relacionamentos entre clientes, corretores e as instituições.

A padronização da linguagem usada nas descrições de produtos e a clareza e direcionamento das informações chaves através do uso da IA, por exemplo, são cruciais para reduzir mal-entendidos que geram chamadas desnecessárias ao serviço de atendimento ao cliente.

Para complementar a evolução para um relacionamento mais virtuoso e produtivo com o novo perfil de clientes da era digital, a expansão da cobertura para explorar novos caminhos de cuidado e valorização da saúde, com foco em bem-estar e prevenção, tem se tornado um grande diferencial para as instituições, que se beneficiam tanto com a melhora da experiencia como com a eficiência dos custos envolvidos em tratamentos especializados como os crônicos, os especiais ou domiciliares.

Nesse contexto, a digitalização aliada à migração em nuvem para ambientes com novos recursos e tecnologia inovadora atua como agente transformador do relacionamento que, consequentemente, impulsiona as operadoras para novos patamares de liderança e excelência.

Segurança e tecnologia para superação dos desafios da transformação

Com o avanço da qualidade da experiência do cliente por meio da comunicação eficiente e canais digitais mais ágeis e personalizados, surgem novos pontos de atenção, pois a digitalização intensa amplia os riscos cibernéticos, tornando a proteção de dados sensíveis uma prioridade crítica, especialmente diante do aumento de ataques e da necessidade de conformidade com legislações como a LGPD. 

Foi constatado que entre as indústrias globais, a área da saúde sofre os maiores custos de violação de dados, com uma média de USD 10,93 milhões por violação, correspondendo a quase o dobro do setor financeiro. Segundo o estudo da ѻý, o gerenciamento de riscos de fornecedores terceirizados é uma preocupação crítica de saúde apontada por 60% das organizações de saúde dos EUA. 

Para a atender à crescente complexidade desse contexto, a arquitetura baseada em nuvem também endereça essa necessidade com recursos avançados para mitigar riscos de violação de dados, oferecendo um ambiente mais seguro do que os sistemas locais tradicionais.

Além disso, modelos de “confiança zero” que verificam as identidades dos usuários em cada ponto de acesso, criptografia avançada, auditorias contínuas e o oferecimento de treinamentos constantes de capacitação em proteção de dados são muito necessárias para compor uma base sólida e segura para a operação digital. 

Considerando ainda as crescentes exigências legislativa e de governança, as avaliações de risco e auditorias de segurança constantes também são essenciais para garantir a padrões regulatórios como a LGPD (no Brasil) e a GDPR (Europa), bem como outras normativas locais, que estão cada vez mais rigorosas e impactam diretamente a sustentabilidade do negócio.

Contar com um conjunto de ferramentas tecnológicas necessárias para superar os crescentes desafios e grande foco na identificação das oportunidades emergentes, a transformação digital no setor de seguro saúde, impulsionada pela inovação, representa um caminho fundamental para a evolução dos processos de forma gradual, confiável e sustentável.

Ao adotarem tecnologias inteligentes e práticas inovadoras, as operadoras estarão não apenas aptas a transformar a experiência de seus clientes de forma surpreendente, mas também a ampliar sua participação de mercado, maximizar a eficiência operacional e fortalecer sua gestão de riscos, garantindo assim uma adaptação contínua às demandas de um mercado cada vez mais dinâmico.